sábado, 2 de março de 2013

Evolução: questões básicas


A evolução ocorre em populações e não em indivíduos

Tenho-me deparado com questões na internet e afirmações criacionistas (1) que demonstram a seguinte confusão seguinte: seria muito difícil para o primeiro indivíduo de uma nova espécie encontrar um parceiro. Híbridos são inférteis, então o espécime recentemente evoluído não seria capaz de procriar com sucesso, a não ser que um outro indivíduo do sexo oposto evoluísse da mesma maneira.

O erro dessa alegação está no desconhecimento de que a evolução não ocorre a nível do indivíduo, e sim da população. Ou seja, não é o indivíduo que evolui, mas sim vários indivíduos, ao mesmo tempo.

Na realidade, uma forma comum de especiação é por isolamento geográfico. Isso ocorre quando uma população é dividida em duas, e ambas vão se tornando mais e mais diferentes uma da outra, ao ponto de se se encontrarem, não poderem mais cruzar entre si.

A estase e os fósseis vivos

Outra questão que os cientistas estudam relativamente á evolução é a da estase e a dos fósseis vivos (obviamente inter-relacionadas). A estase e os fósseis vivos não são evidências contra a teoria da evolução. Primeiro: as espécies evoluíram ao longo do tempo, apenas mudaram menos. Segundo: o ambiente pode ter mudado pouco ou nada e não terem ocorrido mudanças anatómicas acentuadas, ou as mudanças anatómicas (e fisiológicas) podem ter sido internas, não podendo ser inferidas pelo registo fóssil, sendo a estase uma espécie de falso negativo para mudança significativa.

É ainda de notar que o registo fóssil de um modo geral demonstra mudanças acentuadas ao longo do tempo e divergência de linhagens, pelo que temos todas as razões para tentar explicar esta ocorrência de uma perspectiva evolutiva. E até agora as explicações são plausíveis. A primeira pode servir para certos casos e a segunda para outros. 


(1) Nota: Algures no blog “Darwinismo”

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